quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Continuação?

Olá caros leitores. Venho agradecer a todos os acessos e divulgação. Estou muito empenhado nesse trabalho, e como todos já sabem, preciso das opiniões de vocês. Tenho muita vontade de transformar a saga de Wulfgaard em livro, mas para que alguma editora se interesse é necessário já haver um público interessado. Portanto hoje eu quero saber a opinião de vocês. Caso você tenha entrado aqui hoje para ler mais uma parte da história, me desculpe, mas antes preciso saber o que os meus leitores estão achando.

A parte VI do Prólogo foi a última, agora começa o Capítulo I. Irei postá-lo sim, mas quero muito que vocês opinem por aqui ou pelo meu orkut (para quem tem). Se quiser add no msn eu tb aceito. Tudo para saber o que estão achando de Johan, Wulfgaard, Halfdan e Ailith.

Divulguem, falem com os amigos, sejam eles de onde forem. Desse modo Wulfgaard poderá um dia estar em uma livraria ao lado de Uhtred e Derfel.

Um bom dia a todos. Obrigado.

ha de bra.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Prólogo: Parte VI

Meus companheiros sacaram as espadas e o resto dos homens também. Koll ainda estava jogado no chão e me olhava atônito. Ele só pôde ver um guerreiro Dinamarquês com os cabelos soltos, um escudo lascado nas mãos, o rosto e a espada sujos de sangue e o espírito vivo de um matador. Ailith sorria levemente enquanto olhava para Koll impotente no chão. A multidão gritava, xingava e se empurrava. Sangue Fresco parecia querer sentir mais sangue, foi quando peguei a cabeça do homem e gritei.


- Quem é pobre bastardo que está na minha mão? – levantei a cabeça bem alto.


- Este é Finn, filho de Halga, meu irmão. Falou Ulfrik.


O furor da batalha havia me dominado, minha respiração estava pesada, o sangue pingava de Sangue Fresco deixando a terra escura. Cheguei perto de Ulfrik e joguei a cabeça em seus braços.


- Podia ser um bom guerreiro, mas com certeza era um idiota. – falei.


- Como ousa ofender meu sobrinho seu verme filho de uma cachorra velha?


- Da mesma forma que ele me ofendeu quando entrou em uma luta que não era dele e me atacou pelas costas! – retruquei.


Ulfrik e seus homens queriam vingar a morte de Finn, porém nós tínhamos bem mais homens do que eles, por isso Ulfrik voltou para suas terras ao norte. Naquela noite fizemos um funeral digno de um guerreiro para o corpo de Finn, porque sua cabeça, seu tio levou. Após o funeral fui para a pequena taverna que havia na aldeia. Wulfgaard havia me dito que aquela seria a minha noite, a noite de um vencedor, por isso não me preocupei em quanto ia beber. Ailith estava lá também, mas não ficou perto de mim. Estava em um canto conversando com outra mulher saxã que dava tantos risos, que parecia gostar mais de nós do que de seu povo.


Saí da taverna. A noite estava fria, mas o céu estava estrelado. Os clarões das fogueiras feitas pelas sentinelas iluminavam a aldeia que estava em silêncio. Apenas se ouvia o som da taverna e do fogo estalando nas fogueiras. Sentei-me em um banco em frente a uma casa onde eu fiquei a noite passada. Eu estava sem elmo, sem malha, apenas minha espada estava presa às minhas costas. Eu estava bêbado e por isso quis ficar sozinho, para não arrumar mais uma briga naquele dia. Foi então que Halfdan sentou-se ao meu lado, tão bêbado quanto eu, ou mais.


- Teve uma bela vitória hoje para um homem que é menor que minha espada. – Soltou uma gargalhada logo após terminar a frase. – Por que saiu cedo da taverna? Ainda não acabamos com a cerveja.


- Já bebi o suficiente por hoje, mãe. – Falei debochando. – E você? Por que veio pra cá?


- Queria falar com você. Estou te achando diferente desde que conheceu aquela mulher. – Halfdan olhava para a lâmina de sua espada. – O que está acontecendo contigo?


- Agora a mamãe está preocupada comigo? – falei rindo. – Não está havendo nada de diferente comigo meu irmão. Estou bem.


- Johan. Te conheço mais do que qualquer um aqui, e nunca imaginaria ver você arriscando o pescoço por uma mulher. Tudo bem que ela é linda, mas belos seios e uma boa bunda nós achamos em qualquer lugar.


- Eu apenas estava entediado. – Respondi sem levar a sério minha própria resposta.


- Entediado? – Halfdan bateu com a parte chata da lâmina na minha perna. – Você deve estar maluco, ou pior, deve estar gostando dela.


Não respondi nada. Halfdan reclamava da dor que sentia na cabeça e que as coisas estavam começando a rodar à sua volta. As fogueiras das sentinelas ainda iluminavam, à baixa luz, a aldeia. Continuavam falando alto de dentro da taverna, Halfdan encostado na parede da casa, cantava uma música em voz baixa. A música falava sobre um guerreiro que foi à guerra e prometeu voltar para sua mulher. Depois de um ano fora de casa ele retornou, e sua mulher, achando que ele já tinha sido morto, já tinha se casado com outro.


A música era triste e melancólica. Estava me deixando com sono, e meus olhos já estavam fechados.


- Johan. Não sou a melhor pessoa para te falar sobre mulheres. Mas o que te posso dizer é que para se prender cavalo brabo e mulher em casa, o que se precisa é de um pau firme. – Nisso ele se levantou. – Agora vou deixar o casal a sós. – E acenou com a cabeça em direção a taverna.


A casa em que estávamos ficava em um ponto mais elevado da aldeia. Um caminho de terra batida serpenteava do centro da aldeia até a entrada da casa. E lá estava ela. Ailith vinha caminhando pela terra batida em direção a casa. Halfdan já tinha sumido na escuridão onde as fogueiras não iluminavam. E eu, meio sem graça, tirei do bolso uma pedra de amolar e comecei a passá-la pelo gume de Sangue Fresco. A cada vez que a pedra passava pela lâmina, cada vez que Ailith se aproximava mais, eu podia sentir um frio na barriga e o pulsar do meu coração aumentar rapidamente. Mesmo bêbado Halfdan estava certo. Eu estava gostando daquela mulher sem nem mesmo ter falado com ela. Afinal, o que ela entenderia de Dinamarquês?


Eu só sentia meu coração acelerar daquela forma quando estava prestes a entrar em uma batalha. A visão da guerra era algo que assustava até os mais experientes guerreiros. Mas assim como as mulheres, depois que se sentia o gosto, o furor da batalha, não tinha como deixar de gostar daquilo.


Ailith ainda estava com o vestido branco, agora com as bordas sujas de lama. Seu cabelo, preso por uma tira de couro, deixava seu pescoço nu diante dos meus olhos. Ela se sentou ao meu lado e nada disse. O fogo iluminava parcialmente seu rosto, deixando ainda mais vívidos seus olhos azuis. Ela me cutucou com o dedo e eu olhei para ela. Então ela me disse algo em sua língua que eu não pude entender. Dei um sorriso e falei na minha língua que não havia entendido o que ela tinha dito. Ela riu de volta para mim e notamos que seria difícil nossa comunicação. Ela colocou a mão em meu peito e disse meu nome, depois colocou a mão em seu peito e falou o seu. Foi nessa noite que eu soube que seu nome era Ailith. E também nessa noite eu soube que as fiandeiras escolheram o início de uma nova vida para mim no lugar que seria palco de grandes batalhas, grandes paixões, grandes lendas e grandes heróis. Esse lugar que seria conhecido mais tarde como Inglaterra.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Prólogo: Parte V

Nosso costume para combates era de formar um quadrado no chão com galhos de aveleira, porém, como não tínhamos os galhos, o quadrado foi feito com espadas mesmo.

- As regras serão as seguintes – Wulfgaard seria o intermediário do combate. – cada homem deverá lutar sem malhas, com a própria espada e direito de três escudos. O vencedor fica com a mulher e com as armas do derrotado. De acordo?

- Sim. – resmungou Koll.

Apenas confirmei com a cabeça, e lá estava eu. Não sentia medo, pois já tinha enfrentado várias batalhas e combates homem a homem. Mas esse era diferente. Eu só conseguia pensar nela. Seu rosto estava em minha cabeça e por mais que eu tentasse não vê-lo, o esforço era em vão.

O quadrado foi armado bem no centro da aldeia. Em volta estavam todos os homens e mulheres que se encontravam lá. Atrás de mim estavam meus onze companheiros e próximo deles estava Ailith. Nunca me senti intimidado por uma mulher, mas ela me deixava desconfortável. Parecia querer me dizer algo com o olhar, como se quisesse que eu ganhasse, mas acho que era apenas excitação antes da luta.

Koll era mais alto e mais forte que eu, mas eu sempre soube que isso não determinava uma luta. Atrás dele estavam os quatro homens e seu pai. Eu não entendi porque os quatro homens gritavam tanto incentivando Koll a me matar e dançar sobre o meu cadáver. Parecia que ele nunca tinha feito um combate assim na vida e precisava de todo apoio possível. Koll olhava para mim com um leve sorriso no rosto, e já com espada e escudo empunhados, apontou sua espada na minha direção e disse.

- Pronto para sentir o gosto do aço de Corta Cabeças? – que era sua espada.

Não respondi nada. Apenas peguei um dos escudos que estavam no chão atrás de mim, tirei Sangue Fresco da bainha, coloquei um dos joelhos em terra e fiz uma oração para Odin pedindo força e destreza para a batalha. A multidão queria ver sangue a qualquer custo, não importava de quem. Olhei para trás pela última vez e vi Wulfgaard olhando para o céu com a fisionomia bem séria. Meus onze companheiros estavam aflitos com o tamanho do meu oponente, mas me passavam confiança. E Ailith, quando olhei para ela, como se fosse uma resposta do próprio Odin, ela acenou um sinal de confirmação com a cabeça e isso, como um amuleto, me encorajou mais ainda para a luta, e quando olhei novamente para frente, Koll já vinha desferindo um golpe contra mim.

Levantei meu escudo e senti o impacto de sua espada contra ele. Fui jogado no chão e meu escudo perdeu a lateral. Koll se afastou rindo enquanto eu pegava o segundo escudo. Bati Sangue Fresco no escudo e fui ao encontro de Koll. Ataquei e ele aparou meu golpe com sua espada, então chocamos nossos escudos e como ele era mais forte, fui empurrado para trás com violência. Mal tive tempo de me recompor e Koll já estava descendo sua espada sobre mim. Ergui minha espada e aparei o golpe, mas ele me deu um chute na barriga e me derrubou. Rolei para o lado a tempo de escapar e ver sua espada cravando na terra molhada. Como ele estava meio abaixado, consegui dar um soco com o punho de Sangue Fresco em seu rosto, e vi o sangue descer.

A multidão gritava atônita quando viu o sangue escorrer do rosto de Koll. Consegui me levantar e confesso que senti que a vitória já era minha. Koll agora com raiva, veio para cima de mim com todo seu ódio. Eu sabia que se meu escudo fosse quebrado, nem teria chance de pegar outro, porque ele iria me matar. Então me aproveitei de todo aquele ódio e brutalidade. Ele veio correndo na minha direção com a espada para o alto e o escudo protegendo o peito. Deixei-o chegar bem mais perto, e no momento em que eu já podia sentir o fedor do seu hálito, joguei meu corpo para o lado e deixei a minha perna na frente, e como eu esperava, Koll caiu como um carvalho em cima da multidão. A espada foi para um lado e o escudo para outro, e eu apenas tinha que cravar Sangue Fresco em suas costas. Levantei meu braço e quando fazia o movimento para terminar a luta, só pude ouvir um grito de Ailith e Halfdan falando.

- Atrás de você Johan!

Só tive tempo de girar rapidamente cortando o ar com Sangue Fresco até senti-la rasgando algo. Vi que tinha cortado a barriga de um homem, e quando ele passou por mim, e se apoiou no chão com sua espada, cortei sua cabeça. E assim ele caiu em cima de Koll com as tripas saindo da barriga e a cabeça rolando pelo chão.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Prólogo: Parte IV

Eirik sem saber do ocorrido entrou na tenda e pediu permissão para falar.
- Pode falar. – Disse Wulfgaard.
- Johan. A mulher saxã deseja falar com você.
- Que mulher saxã é essa? – Dando um soco na mesa, Koll se levantou. – Estavam escondendo ela de mim seus porcos?
Com esse insulto Koll criou um alvoroço entre os nossos homens e os seus. Xingamentos eram dirigidos das duas partes, alguns homens empunhavam espadas e outros já trocavam socos. Então Wulfgaard impôs o seu poder.
- Já basta! – Wulfgaard deu um brado e com um machado que estava nas mãos de um homem próximo a ele, deu um golpe na mesa de carvalho que fez com que ela rachasse ao meio.
- Você! Seu verme filho de uma vaca! Não venha aqui beber da minha bebida, revistar a minha aldeia atrás de uma mulher que você não soube domar e por fim insultar a mim e aos meus homens. - Wulfgaard estava com o espírito de guerra falando mais alto.
- Como ousa tratar assim o meu filho? – Ulfrik teve que falar pelo filho. – Vocês todos que são iguais à bosta que eu cago! Estão pedindo para morrer!
- Tente a sorte velho. – Wulfgaard encarava Ulfrik. – Estamos em maioria e mesmo que eu morra os homens que aqui estão, irão fazer com que você pague caro.
Tudo estava indicando que haveria uma matança ali naquela manhã. Nenhum dos dois lados aceitaria ser insultado e ficar por isso mesmo. Mas por causa de uma pessoa, a carnificina não aconteceria. Pelo menos por hora.
De início não notei que quem estava vindo era a mulher que encontrei aquela noite. Aquela figura suja e feia já não existia mais. Ela vinha com um vestido branco até os pés e mangas compridas, seus cabelos que antes estavam sujos e embaraçados, agora formavam uma grossa trança que caía pelas costas. Agora pude ver seu rosto e quase sentir a textura de sua pele. Ela estava séria, olhando fixamente para mim, mas não demonstrava medo algum. Possuía lindos olhos azuis, lábios bem desenhados e volumosos. Sua beleza era tanta naquela manhã que parecia uma princesa. E como a maioria das pessoas, era mais alta que eu, mas não mais que um dedo. Não falei nada ainda, mas sou bem mais baixo que a média dos homens do norte. Dizem que não cresci mais porque meu pai não seguiu corretamente os sacrifícios para Odin. Seja o motivo que for isso nunca me impediu de ser um bom guerreiro. E isso, eu sabia que era.


- É ela! A prostituta saxã que fugiu! – Koll estava de pé apontando para ela. – Hoje você vai ser domada minha égua xucra. – Nisso segurou-a pelo braço e a puxou para perto dele.
- Ainda não verme desprezível. – Wulfgaard queria sangue. – De quem é esta mulher?
- Essa mulher e minha! Eu que a encontrei nas minhas terras! – Koll reivindicava a posse de Ailith
Ele a tratava como um pedaço de carne. Apertando, cuspindo e humilhando a mulher mais bela que eu já pude contemplar. Ela olhava para mim. Parecia saber que eu teria que intervir. Então, já sabendo que esse seria o meu destino e não teria como fugir dele – nem queria fugir. – fui lutar por ela.
Levantei-me de onde estava e falei alto e em bom tom para que todos ouvissem.
- Essa mulher está sob os meus cuidados, e só irá sair daqui se minha espada falhar, meu escudo rachar e meu espírito tombar.
- Olha como fala comigo! Vai morrer por causa de uma prostituta! – Koll me encarava.
- Para mim, você é apenas um monte de bosta com uma mulher em uma mão e uma espada na outra. – Disse rindo.
Novamente o alvoroço. Homens bêbados e de espada nas mãos nunca davam uma boa coisa.
- Silêncio seus bastardos! – Mais uma vez Wulfgaard se impôs sobre nós. – Vermezinho... Johan quer um combate homem a homem pela posse da mulher. Aceita ou desiste?
- Não acho que essa prostituta valha o gume de minha espada ou uma lasca de escudo. – Koll falou na defensiva.
- Eu já sabia que você era uma bosta. Agora, uma bosta que desiste sem lutar... Nunca conheci uma bosta covarde. – Falei escarnecendo.
- Pois bem seu porco, teremos uma luta. – Koll desembainhou sua espada. – Só você e eu.