quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Capítulo II: O Teste de Ingvar - Parte VII

- Meu nome é Theudebald – Falou o homem ainda sentindo sangue fresco pressionando sua garganta. – Sou de Rouen, e sou apenas um mercador.

Theudebald falava um dinamarquês pobre, mas dava para entender. Rouen era uma cidade da Frankia, e nós conhecíamos aquela costa muito bem. Seu navio já estava tomado, apenas ele e alguns remadores ainda viviam.

- Se você é apenas um mercador, não vejo necessidade de possuir o elmo, a espada e a cota de malha. – Falei escarnecendo.

Theudebald se fez de desentendido, ou, realmente não notou que eu queria seus pertences. Não trocaria Sangue Fresco pela espada dele, as espadas da Frankia são as melhores que há, só que Sangue Fresco também era de lá.

- De onde você vem franco? – Perguntou Wulfgaard calmamente.

- De Rouen senhor. – Viasse claramente que Theudebald não era guerreiro. Tremia como um bezerro no frio.

- Não quero saber de onde você é idiota! – Rugiu Wulfgaard. – Quero saber de onde veio e o que tem no barco.

Theudebald disse que viera de Dublin, na Irlanda, e que depois parou em Wareham, que ficava em Wessex, e que comercializava por lá. Disse também que todos temiam o avanço dinamarquês, e que a única esperança dos saxões do oeste, era o fyrd. O fyrd era os homens do campo que, quando chamados, se juntavam ao exército. Não eram guerreiros, mas era bastante numeroso.

No barco não encontramos nenhum verdadeiro tesouro, apenas algumas moedas de prata, lingotes de estanho, carne salgada e algumas peles de cabra. Também havia uma garota, e Theudebald disse que ela era uma escrava que ele tentara vender, mas não obtece sucesso. Seu nome era Fiona, era irlandesa, e não sei o motivo pelo qual não a compraram. Ela tinha cabelos em cachos ruivos como ferrugem, possuía todos os dentes e era muito bonita. Diferente de Ailith, Fiona tinha um belo par de seios, que deixaram os homens prontos para fornicar, mas antes que a estuprassem, Wulfgaard a exigiu para si como sua parte no saque.

Fiona parecia estar muito assustada, então pensei que para ser uma escrava, ela já estaria acostumada com isso. Suas roupas estavam limpas e não havia manchas de doenças em sua pele. Achei estranho, mas não me importei com isso.

Passamos todas as coisas para o Cavalo do Mar, inclusive Fiona. Ela não lutou e nem nos xingou, apenas chorava. Wulfgaard tentou acalmá-la dizendo que ninguém iria fazer-lhe mal, mas acho que ela não entendeu, pois continuava a chorar.

Ingvar não havia lutado, os outros homens haviam pulado no barco de Theudebald primeiro, e quando ele chegou, todos os que nos atacaram já estavam mortos. Ele teria sua hora de matar, e ela já estava chegando.

Fomos para Selsey.

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